terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A MÁQUINA DO TEMPO (THE TIME MACHINE)


Essa obra de 1960, adaptada do romance homônimo clássico de H. G. Wells guarda muitos maneirismos de sua época de produção, ainda que se diferencie pela escolha de ambientação (final do século XIX), o que ajuda a tirá-la do limbo interminável (mas por vezes charmoso) de ficções científicas sessentistas.

Na trama, George Wells (Rod Taylor - nome do personagem em clara referência ao autor da obra original) desenvolve máquina do tempo que o permite ir ao futuro. Inicialmente, viaja para 1917, onde testemunha os horrores da guerra. Após algumas viagens curtas, vê-se obrigado por forças naturais a deslocar-se até os anos 800.000, quando os humanos (chamados de Eloi) encontram-se subjugados a uma raça mutante que vive no subterrâneo (os Morlocks). Em tentativa de resgatar Weena (Yvette Mimieux), seu novo amor Eloi, George se vê obrigado a enfrentar os Morlocks.

O filme possui algumas qualidades, talvez na mesma medida de seus defeitos. Os efeitos de passagem do tempo estão bem feitos para a época, e a inocência da trama não deixa de ter seu charme. Como já dito, a ambientação evita a estética futurista retrô, o que o diferencia de seus companheiros da época.

Causa incômodo, contudo, a relação amorosa forçada entre o protagonista e Weena, que foge abruptamente da diegese. Além disso, como a grande maioria dos filmes fantásticos do período, encontra-se excessivamente datado. A roupa utilizada para representar os Morlock é bastante mal feita (desconfio que já o fosse para a época), e as cenas de ação são pessimamente escolhidas e coreografadas. Em verdade, falta muita verossimilhança para as escolhas do protagonista e para as consequências de suas ações.

Como podemos agora perceber, não foi um filme que sobreviveu ao teste do tempo. Não virou suficientemente cult como Star Trek nem é ruim o bastante como Plano 9 do Espaço Sideral. Situa-se num limbo que pode chegar no máximo ao charmoso. Talvez nem tanto.

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